Fui ver, na R. da Escola Politécnica – Artistas Unidos.
A princípio não percebi nada. Digo mesmo que não percebi nada até ao fim.
Porém, já com a cabeça no travesseiro, comecei a perceber qualquer coisa (ou a pensar que estava a perceber); a sociedade ocidental, abundância, desperdício, vaidade, frivolidade, o relógio como ditador, e ilusão do tempo personificada por um enxame de moscas, aquelas que nascem vivem e morrem no intervalo de poucas horas… à nossa escala somos moscas, muito agitados, sempre a correr atrás do tempo, com medo que a vida se acabe… e os pássaros de Hitchcock, que se revoltaram pela forma como os homens os utilizam para se alimentarem – dantescos aviários!
De repente entra-nos um ser superior pela porta dos fundos a dentro. Será Deus?
Será que percebi mesmo?
Uma coisa é uma peça de teatro fazer-nos pensar, outra é fazer-nos adivinhar de que se trata…
Definitivamente não é o tipo de teatro que mais me agrade…