Esta entrevista a Olavo de Carvalho é interessante de assistir pois sistematiza com clareza e de uma forma compacta o pensamento de Direita, no Brasil. Talvez não seja exagero acrescentar; e em todo o Mundo Ocidental.
Nele se encontram elementos, memes, que costumo encontrar nos textos de blogs da direita portuguesa.
A tese de que, a parir dos anos 60, as ideias de esquerda tomaram de assalto as universidades e os meios de comunicação de massas está aqui bem exposto. E considera que essa usurpação do poder de ensinar e de comunicar pela esquerda fez com que o debate público das ideias de direita fosse completamente silenciado…
O estilo do discurso vernáculo-ordinário que este “filósofo” usa, faz-me pensar que a Direita adotou esse estilo numa tentativa de captar para as suas hostes os elementos da população mais rudes, menos intelectuais e menos instruídas academicamente. Esses homens e mulheres que podem ser mais facilmente conduzidos num projeto messiânico. Seguir o líder por crer nele e não por defender suas ideias…
Esse estilo pode ser encontrado em Trump, Bolsonaro e até em Boris Johnson embora mais burilado.
Outra ideia chave que apresenta é a de que o comunismo degenerou numa esquerda defensora de todos os oprimidos, e não só dos oprimidos da classe operária. Segundo este senhor, a base de potenciais interessados numa política de esquerda foi ampliada, passando a incorporar outros oprimidos para além dos clássicos operários. A saber, as mulheres, os LGBT, e outras causas “fraturantes”.
E é espantoso quando ficamos a saber que a Direita Nacionalista Brasileira atribui aos grandes capitalistas a ampliação acima referida, sugerindo que o Grande Capital recuperou as ideias de esquerda para mais facilmente fazer negócios em certas áreas. Ou seja, o Grande Capital financia e surfa as ideias de esquerda para atingir seus objetivos de dominação.