
Uma coisa é atingir a imunidade de grupo com a curva de infeções pouco inclinada, outra é com uma curva muito inclinada ou até exponencial. Mal comparado, é conseguir descarregar uma barragem cheia, abrindo os descarregadores ao máximo ou descarregá-la dinamitando o muro. Os estragos esperados em um e no outro casos são muito diferentes.
A capacidade de propagação do Covid19 tem muito mais a ver com o nível de mobilidade do ser humano atual do que com alguma característica especial deste vírus. Pelo menos é o que parece se compararmos o volume de transportes aéreos (nº de voos x nº passageiros) de hoje e de há 30 anos atrás, o volume de transportes terrestres em autoestrada, viagens em cruzeiros, etc.
Está a ser, de facto, uma boa oportunidade de testar a resiliência das populações dos países democráticos anglo saxónicos a medidas anti democráticas tomadas pelos governos com a “desculpa” de controlo da epidemia.
Isso até pode ser bom, numa época em que os ventos sopram contra as referidas democracias. As pessoas já se aperceberam que a “Deusa Democracia anglo saxónica” não foi mais que um estratagema dos países que ganharam a guerra do século XX, para se apoderarem das riquezas dos países pouco desenvolvidas tecnologicamente. Esses países foram desapossados das suas riquezas, por compra, de uma forma legal. Porém o impacto social de aumento de pobreza a que essas compras conduziram provocam hoje o descontentamento geral das pessoas. Sem que elas saibam bem porquê, elas querem mudar.
Por isso o advento do Corona vírus pode facilitar a transiçõ de democracias anglo saxónicas para democracias musculadas…
Esperam-nos “Democracias do tipo chinês ou russo”. Atrás de tempos, tempos vêm..